sábado, 5 de maio de 2012


PEDAGOGIA

Karl Marx

O pensador alemão, um dos mais influentes de todos os tempos, investigou a mecânica do capitalismo e previu que o sistema seria superado pela emancipação dos trabalhadores



01/07/2011 14:25
Texto Márcio Ferrari

Nova-Escola

Foto: Wikimedia Commons

Foto: Recentemente, Marx foi eleito o filósofo mais importante da história

Recentemente, Marx foi eleito o filósofo mais importante da história

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Frase de Karl Marx:

“A união entre trabalho, instrução intelectual, exercício físico e treino politécnico elevará a classe operária”


Karl Marx nasceu em 1818 em Trier, sul da Alemanha (então Prússia). Seu pai, advogado, e sua mãe descendiam de judeus, mas haviam se convertido ao protestantismo. Estudou direito em Bonn e depois em Berlim, mas se interessou mais por filosofia e história. Na universidade, aproximou-se de grupos dedicados à política. Aos 23 anos, quando voltou a Trier, percebeu que não seria bem-vindo nos meios acadêmicos e passou a viver da venda de artigos. Em 1843, casou-se com a namorada de infância, Jenny von Westphalen. O casal se mudou para Paris, onde Marx aderiu à militância comunista, atraindo a atenção de Friedrich Engels, depois amigo e parceiro.
Foi expulso de Paris em 1845, indo morar na Bélgica, de onde também seria deportado. Nos anos seguintes, se engajou cada vez mais na organização da política operária, o que despertou a ira de governos e da imprensa. A Justiça alemã o acusou de delito de imprensa e incitação à rebelião armada, mas ele foi absolvido nos dois casos. Expulso da Prússia e novamente da França, Marx se estabeleceu em Londres em 1849, onde viveu na miséria durante 15 anos, ajudado, quando possível, por Engels. Dois de seus quatro filhos morreram no período. O isolamento político terminou em 1864, com a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores (depois conhecida como Primeira Internacional Socialista), que o adotou como líder intelectual, após a derrota do anarquista Mikhail Bakunin. Em 1871, a eclosão da Comuna de Paris o tornou conhecido internacionalmente. Na última década de vida, sua militância tornou-se mais crítica e indireta. Marx morreu em 1883, em Londres.

Numa de suas frases mais famosas, escrita em 1845, o pensador alemão Karl Marx (1818-1883) dizia que, até então, os filósofos haviam interpretado o mundo de várias maneiras. “Cabe agora transformá-lo”, concluía. Coerentemente com essa idéia, durante sua vida combinou o estudo das ciências humanas com a militância revolucionária, criando um dos sistemas de idéias mais influentes da história. Direta ou indiretamente, a obra do filósofo alemão originou várias vertentes pedagógicas comprometidas com a mudança da sociedade. “A educação, para Marx, participa do processo de transformação das condições sociais, mas, ao mesmo tempo, é condicionada pelo processo”, diz Leandro Konder, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

No século 20, o pensamento de Marx foi submetido a numerosas interpretações, agrupadas sob a classificação de “marxismo”. Algumas sustentaram regimes políticos duradouros, como o comunismo soviético (1917-1991) e o chinês (em vigor desde 1949). Muitos governos comunistas entraram em colapso, por oposição popular nas décadas de 1980 e 1990. Em recente pesquisa da rádio BBC, que mobilizou grande parte da imprensa inglesa, Marx foi eleito o filósofo mais importante de todos os tempos.

Luta de classes

Na base do pensamento de Marx está a idéia de que tudo se encontra em constante processo de mudança. O motor da mudança são os conflitos resultantes das contradições de uma mesma realidade. Para Marx, o conflito que explica a história é a luta de classes. Segundo o filósofo, as sociedades se estruturam de modo a promover os interesses da classe economicamente dominante. No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; e aquela que vende sua força de trabalho e recebe apenas parte do valor que produz é o proletariado.

O marxismo prevê que o proletariado se libertará dos vínculos com as forças opressoras e, assim, dará origem a uma nova sociedade. Segundo Marx, o conflito de classes já havia sido responsável pelo surgimento do capitalismo, cujas raízes estariam nas contradições internas do feudalismo medieval. Em ambos os regimes (feudalismo e capitalismo), as forças econômicas tiveram papel central. “O moinho de vento nos dá uma sociedade com senhor feudal; o motor a vapor, uma sociedade com o capitalista industrial”, escreveu Marx.

A obra de Marx reúne uma grande variedade de textos: reflexões curtas sobre questões políticas imediatas, estudos históricos, escritos militantes – como O Manifesto Comunista, parceria com Friedrich Engels – e trabalhos de grande fôlego, como sua obra-prima,
O Capital, que só teve o primeiro de quatro volumes lançado antes de sua morte. A complexidade da obra de Marx, com suas constantes autocríticas e correções de rota, é responsável, em parte, pela variedade de interpretações feitas por seus seguidores.



Trabalho e alienação

Em O Capital, Marx realiza uma investigação profunda sobre o modo de produção capitalista e as condições de superá-lo, rumo a uma sociedade sem classes e na qual a propriedade privada seja extinta. Para Marx, as estruturas sociais e a própria organização do Estado estão diretamente ligadas ao funcionamento do capitalismo. Por isso, para o pensador, a idéia de revolução deve implicar mudanças radicais e globais, que rompam com todos os instrumentos de dominação da burguesia.

Marx abordou as relações capitalistas como fenômeno histórico, mutável e contraditório, trazendo em si impulsos de ruptura. Um desses impulsos resulta do processo de alienação a que o trabalhador é submetido, segundo o pensador. Por causa da divisão do trabalho – característica do industrialismo, em que cabe a cada um apenas uma pequena etapa da produção –, o empregado se aliena do processo total.

Além disso, o retorno da produção de cada homem é uma quantia de dinheiro, que, por sua vez, será trocada por produtos. O comércio seria uma engrenagem de trocas em que tudo – do trabalho ao dinheiro, das máquinas ao salário – tem valor de mercadoria, multiplicando o aspecto alienante.

Por outro lado, esse processo se dá à custa da concentração da propriedade por aqueles que empregam a mão-de-obra em troca de salário. As necessidades dos trabalhadores os levarão a buscar produtos fora de seu alcance. Isso os pressiona a querer romper com a própria alienação.

Um dos objetivos da revolução prevista por Marx é recuperar em todos os homens o pleno desenvolvimento intelectual, físico e técnico. É nesse sentido que a educação ganha ênfase no pensamento marxista. “A superação da alienação e da expropriação intelectual já está sendo feita, segundo Marx”, diz Leandro Konder. “O processo atual se aceleraria com a revolução proletária para alcançar, afinal, as metas maiores na sociedade comunista.”

Aprendizagem para a mente, o corpo e as mãos

Combater a alienação e a desumanização era, para Marx, a função social da educação. Para isso seria necessário aprender competências que são indispensáveis para a compreensão do mundo físico e social. O filósofo alertava para o risco de a escola ensinar conteúdos sujeitos a interpretações “de partido ou de classe”. Ele valorizava a gratuidade da educação, mas não o atrelamento a políticas de Estado – o que equivaleria a subordinar o ensino à religião. Marx via na instrução das fábricas, criada pelo capitalismo, qualidades a ser aproveitadas para um ensino transformador – principalmente o rigor com que encarava o aprendizado para o trabalho. O mais importante, no entanto, seria ir contra a tendência
“profissionalizante”, que levava as escolas industriais a ensinar apenas o estritamente necessário para o exercício de determinada função. Marx entendia que a educação deveria ser ao mesmo tempo intelectual, física e técnica. Essa concepção, chamada de “onilateral” (múltipla), difere da visão de educação “integral” porque esta tem uma conotação moral e afetiva que, para Marx, não deveria ser trabalhada pela escola, mas por “outros adultos”. O filósofo não chegou a fazer uma análise profunda da educação com base na teoria que ajudou a criar. Isso ficou para seguidores como o italiano Antonio Gramsci (1891-1937), o ucraniano Anton Makarenko (1888-1939) e a russa Nadia Krupskaia (1869-1939).

Para pensar

A alienação de que fala Marx é conseqüência do afastamento entre os interesses do trabalhador e aquilo que ele produz. De modo mais amplo, trata-se também do abismo entre o que se aprende apenas para cumprir uma função no sistema de produção e uma formação que realmente ajude o ser humano a exercer suas potencialidades. Você já pensou se a educação, como é praticada a seu redor, procura dar condições ao aluno para que se desenvolva por inteiro ou se responde apenas a objetivos limitados pelas circunstâncias?

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Este cantinho e para quem gosta de crianças, das mais sapecas até aquelas com rostinho de anjo, com elas apendo todo dia, viver e arte artista arteiro que em toda parte está prazenteiro.

Quadro síntese da educação na idade media

Escolas
Publico alvo
Características educacionais
Escola Paroquiana
Formação dos religiosos
Ministrados por sacerdotes, na casa paroquial, para.

Formação religiosa de jovens, à medida que expandiu a religião.
Passa-se para a igreja
Escolas Monásticas
Formação religiosa
Moças e rapazes
S Escolástica                 S Bento
Vida contemplativa, voto de pobreza, castidade e de silencio, busca ideal de perfeição, organizada em forma de regras dirigidas por professor, jejum, boas ações: enfermagem e docência, estudo dos textos sagrados, leitura, memorização e calculo canto e liturgia, intensificar a relação com Deus.
Escolas Episcopais
Clero secular (fora da clausura) e leigos instruídos.

Defender (ensinar) a doutrina da igreja cristã na vida civil não tem outras igrejas (religião em expansão). Na casa do bispo.
Escolas Catedrais
Clero secular e leigo
Escola urbana originaria das antigas escolas episcopais,                                                                                          pratica do (trívio):gramática, retórica,dialética(quadrívio):aritmética,geometria, astronomia e musica, absorvendo culturas diferentes Judaica Árabes e Persa redescobrindo clássicos como Aristóteles e Platão. Institui a remuneração do mestre
Escolas Palacianas
Nobres e administradores
Ligada ao poder laico, formar a nobreza e administradores (conselheiros ou eclesiásticos), acolhiam culturas antigas.
Unificar igreja e o Estado p/ valorizar a palavra de Deus, pela formação cultural e religiosa priorizando gramática e retórica, preocupava/método acolhendo cultura antiga estudar Cícero, adquirindo o dom da oratória.
Universidades 1920
Para jovens de todos os lugares
Período medieval ocidental, evolução escola/episcopal, Implantar os estudos diferenciados, pela ampliação do conhecimento para alem das sete artes liberais...
  Filosofia, teologia, lei e medicina, atender necessidades complexas da sociedade, o latim e pré-requisito para adentra-las, alem de boa conduta moral e ser batizado.
Escola de cavalaria
Primogênitos nobres sem herança
Dos 7aos 15 anos, pajem, Dos 15 aos 21, escudeiros, após esse período se demonstrar domínio e habilidades.
em montaria armas e caças eram sagrados cavaleiros.
Educação Gremial
O grupamento de pessoas comuns
Mesmo interesse econômico político e cultural, criavam um estatuto, para proteger seus interesses.